Educação financeira na Escola Monteiro: aprendizado para a vida

Vivemos em um mundo onde as decisões financeiras fazem parte do dia a dia, desde pequenas compras até grandes investimentos. Ensinar desde cedo como lidar com dinheiro pode fazer toda a diferença na vida adulta. Pensando nisso, a Escola Monteiro aborda a educação financeira de forma prática e lúdica, ajudando os alunos a desenvolverem hábitos saudáveis de consumo e planejamento financeiro.

Matemática além dos números
A matemática não é apenas sobre contas e equações, mas também sobre tomar decisões embasadas e planejar o futuro. A professora Bea Carla, que leciona Matemática no Ensino Fundamental 2, explica como a disciplina se conecta à educação financeira:
“A Matemática nos permite calcular e avaliar cenários, taxas, valores e outras questões relacionadas ao dinheiro. A Matemática Financeira é essencial para organizar as finanças pessoais e ter planejamento no orçamento familiar.”
Um projeto que cresce com os alunos
Na Escola Monteiro, a educação financeira começa cedo e acompanha os estudantes ao longo dos anos. No 6º ano, cada aluno assume a responsabilidade de gerenciar uma família fictícia, lidando com uma renda fixa e necessidades como moradia, alimentação e educação. No 7º ano, surgem desafios como aumentos salariais e desemprego, simulando situações reais da economia. Já no 8º ano, os alunos dão um passo adiante e criam um produto ou empresa fictícia. No 9º ano, eles se tornam empreendedores, aprendendo a administrar o dinheiro arrecadado para uma ação social.
Essa abordagem dinâmica permite que os alunos experimentem os desafios do mundo financeiro de maneira segura e educativa.
Sofia Bazílio Freitas, aluna do 9º ano A, comenta: “Nas aulas de educação financeira, a gente estuda de forma bem conversada. Em apenas três encontros, já discutimos temas como empreendedorismo – por exemplo, se temos parentes empreendedores ou se pretendemos ser empreendedores no futuro – e até estratégias para arrecadar dinheiro para a formatura.”
Marina Hessel, aluna do 6º ano B, também compartilha sua experiência: “Quando eu descobri que tem educação financeira aqui na escola, eu já imaginei que iria aprender bastante. Está sendo muito legal. Estamos com um projeto para criar uma família que contém dois adultos, um adolescente, uma criança e um pet de pequeno porte.”


Mudança de hábitos e consciência financeira
Segundo a professora Bea Carla, o impacto desse aprendizado vai além da sala de aula. Os alunos começam a perceber desperdícios e adotam hábitos mais conscientes, como fechar pacotes de biscoitos para evitar perdas, pensar antes de abrir a geladeira e apagar as luzes ao sair dos ambientes.
Essas pequenas mudanças mostram que os projetos aplicados se expandem para além do universo escolar, influenciando não só a visão sobre dinheiro, mas também sobre o consumo responsável e a sustentabilidade.
Sofia ressalta:
“Eu acho importante ter contato com esse conteúdo, porque há alguns anos as pessoas saíam da escola sem nem saber o que era finanças, sem entender o que era dinheiro de verdade. Agora, com aulas desde o sexto ano, a gente vai se acostumando com coisas práticas, como pagar boleto e dividir os gastos. Meu pai até conversa comigo sobre isso, mas a escola reforça o aprendizado toda semana.”
Marina acrescenta:
“Eu acho ótimo ter esse tipo de conteúdo, porque agora eu vou ser capaz de administrar minha mesada.”
Desafios e reflexões
Ensinar educação financeira para adolescentes pode trazer desafios, principalmente porque o tema desperta muitas dúvidas e histórias pessoais. Alguns conceitos, como cheque especial, juros e multas, precisam ser explicados com mais detalhes, mas os alunos rapidamente associam os aprendizados ao cotidiano.
Além disso, a criatividade dos estudantes sempre surpreende: “No lugar de pagar aluguel, posso morar numa barraca no quintal da casa de um colega?” – questiona um aluno durante uma atividade. Essas interações mostram como o tema desperta curiosidade e reflexão, incentivando os alunos a pensar criticamente sobre suas escolhas financeiras.
O impacto a longo prazo
A inclusão da educação financeira no currículo escolar ajuda a formar cidadãos mais preparados para o futuro. Com um entendimento sólido sobre orçamento, consumo e poupança, os alunos aprendem a evitar dívidas e a construir um planejamento financeiro mais estável. “A importância é que eles sejam bem educados financeiramente, consigam fazer orçamento familiar, gastar com sabedoria e perceber a necessidade de ter uma reserva de emergência. Além disso, aprendem a não gastar mais do que ganham.” Comenta a professora Bea.
Com esse aprendizado desde cedo, a Escola Monteiro contribui para que seus alunos se tornem adultos mais conscientes e preparados para tomar decisões financeiras responsáveis.
Texto: Deivid de Paula