Exploradores da Galáxia: Alunos do 5º ano criam heróis através da arte, linguagem e tecnologia

Projeto: Exploradores da Galáxia

E se um herói pudesse nascer em Marte, ganhar poderes ao ser atingido por um meteoro e resolver suas disputas num restaurante intergaláctico? Ou se dois colegas de trabalho, ao entrar em contato com materiais radioativos, se transformassem em figuras com superpoderes opostos, mas histórias entrelaçadas?

Foi com perguntas assim que os alunos do 5º ano do Espaço Maker embarcaram na missão dos Exploradores da Galáxia. Durante semanas, cada grupo foi convidado a imaginar personagens inéditos, criar cenários para suas aventuras e contar histórias que cruzam elementos da ciência, da ficção e do universo criativo de cada um.

O projeto, conduzido pela professora Rayssa Moraes, nasceu dividido em quatro etapas bem definidas. Primeiro, cada grupo recebeu um elemento da galáxia como inspiração para desenhar o visual do seu personagem. Em seguida, partiram para a escrita: criaram narrativas contando quem eram seus heróis ou vilões, quais poderes tinham, de onde vinham e quem eram seus grandes rivais.

Na terceira etapa, foi hora de transformar tudo em imagem. Os alunos usaram a plataforma Canva para construir os cenários digitais das suas histórias. “Foi um processo onde eles puderam misturar criatividade com o uso de ferramentas que também são importantes no dia a dia”, explica a professora Rayssa.

Rayssa Moraes - Professora do Espaço Maker

Alexandre Bonomo, do 5º ano, deu vida a Márcio, o herói de Marte. “Eu gostei muito de fazer, porque a gente aprendeu mais sobre os planetas e também desenvolvendo um pouco de gibi, que é uma coisa que a gente gosta muito”, conta. Na sua trama, Márcio precisa resolver um mal-entendido com Gene Necrosmos, um ex-amigo. “Eles marcaram um encontro num restaurante Galáxio, mas ninguém queria pagar a conta. No final, eles lutaram pra ver quem ia pagar, mas como os dois eram os mais fortes da galáxia, ninguém ganhou, então os dois pagaram cada um a sua parte”, explica, orgulhoso da sua criação.

Alice Maia - Aluna do 5° ano A
Alexandre Bonomo - Aluno do 5° ano B

Alice Maia foi além e criou dois personagens: o Homem Bioma, que domina elementos da natureza, e Kira, sua antiga colega de trabalho. Ambos ganharam poderes depois de uma missão num lugar contaminado por materiais radioativos. “A parte mais legal foi pensar nos personagens”, diz Alice, que gostou de inventar como eles se transformaram e se relacionam.

Bioma e Kira - Revista criada pela aluna Alice Maia
Necrosmos - Revista criada pelo aluno Alexandre Bonomo

Na reta final do projeto, as aulas de inglês entraram em cena para dar forma bilíngue às narrativas. Cada grupo criou uma sinopse em inglês, um pequeno spoiler sobre o que se passa nos planetas e nas histórias que inventaram. “A parte em língua inglesa foi pensada como uma sinopse do que acontece na narrativa. Não traduzimos tudo, mas criamos juntos um pequeno resumo”, explica Rayssa.

Mais do que treinar vocabulário, o projeto mostrou aos alunos que o inglês pode ser uma ferramenta para ampliar seus horizontes. “Eles ficaram animados com a ideia, mas no começo não sabiam como isso ia funcionar na prática. Quando começaram a enviar as traduções por e-mail e usar ferramentas como Google Tradutor e Google Docs, perceberam que o idioma pode ser uma ponte para outros conhecimentos”, conclui.

Alexandre lembra que essa etapa exigiu trabalho em equipe: “Algumas palavras a gente já sabia, mas outras a gente pediu ajuda. Aí a gente fez no Canva e mandou pra professora poder arquivar”, conta.

Para, Ivne Carneiro, professora de Inglês do Ensino Fundamental I da Escola Monteiro, integrar o inglês a outras disciplinas é uma forma poderosa de tornar o idioma mais significativo para os alunos. “O inglês, por ser uma língua franca, já está presente em nossas vidas e dificilmente pode ser ensinado de forma isolada. Quando o conectamos a outras áreas do conhecimento, contextualizamos o idioma na vida real, o que incentiva os alunos a se expressarem com mais confiança, enfrentarem melhor os erros e desenvolverem a autoestima — algo essencial na aprendizagem de uma nova língua”, explica.

Segundo ela, aplicar o inglês de maneira prática e transversal contribui para o bilinguismo e aumenta o engajamento nas aulas, além de preparar os estudantes para se comunicarem de forma competente em um mundo cada vez mais globalizado.

Ivne Carneiro – Professora de Inglês do Ensino Fundamental I na Escola Monteiro

O projeto uniu criatividade, colaboração e conhecimento em diferentes línguas e formas de expressão

A intenção do projeto Exploradores da Galáxia vai além do resultado final. Ele foi pensado para desenvolver a criatividade dos alunos, estimular o trabalho em grupo, promover a interdisciplinaridade e aproximar o aprendizado da realidade dos estudantes. Misturando arte, português, inglês e tecnologia, o projeto incentivou o uso de ferramentas digitais e fortaleceu as habilidades comunicativas — tanto na escrita quanto na organização visual das ideias.

Segundo a professora Rayssa, a proposta foi justamente unir diferentes conhecimentos em uma experiência prática. “Eles passaram por todas as etapas juntos: criaram, escreveram, desenharam, montaram os cenários e ainda trabalharam com o inglês. A cada fase, iam percebendo como uma coisa completava a outra”, destaca.

No fim, os Exploradores da Galáxia são, além de tudo, o reflexo de um percurso coletivo, onde cada um pôde imaginar, experimentar e aprender de um jeito próprio. A galáxia que nasceu desse trabalho é feita de planetas, poderes e um pouco de cada estudante que embarcou nessa jornada.