Publicado em 15/05/2019
Hoje, 15 de maio de 2019, a Monteiro completa 50 anos. Uma escola que se destaca, desde sua fundação, pela implementação de um ensino humanizado para crianças e adolescentes.
A nossa consolidação e reconhecimento como instituição de ensino diferenciado se devem à preservação de nossos valores iniciais, ao mesmo tempo em que nos modernizamos ao longo de todos esses anos.
Nosso sucesso é consequência do trabalho coletivo de todos que passaram por aqui: colaboradores, parceiros, alunos, ex-alunos e famílias que acreditam em nossa proposta, em nossa atuação, em nós.
Com muita gratidão e empenho contínuo, compartilhamos a felicidade de comemorar nosso aniversário com todos que fizeram e fazem parte desta querida Escola.
Feliz 50 anos, Monteiro!
Nossa história
Em 1969, nasceu o revolucionário projeto de uma escola que privilegia a experimentação, criatividade e livre expressão. Nomeada O Pica-Pau, a até então escola de artes ampliou seu projeto educacional ao longo do tempo: consolidou-se como pré-escola, devido à percepção de suas fundadoras, Ana Rita Costa Gomes e Zenilda Barbosa Balbino, em relação à necessidade de um ensino mais amplo que visasse a construção de indivíduos reflexivos, autônomos e críticos desde a base da aprendizagem.
Dando continuidade aos ideais da Escola O Pica-Pau, surgiu sua associada, a Sociedade Cultural Monteiro Lobato, em 1979. A nova e adjunta Escola instituiu seu ensino de 1º grau (hoje, conhecido como Fundamental I) ao admitir alunos mais velhos.
Em 1993, Ana Rita, única proprietária da Sociedade Cultural Monteiro Lobato, estabeleceu uma sociedade com Marielena Dadalto. Assim, com a integração ao Centro Educacional Marcondes de Souza (CEMS), a instituição de ensino das duas sócias passou a se chamar Sociedade Cultural Monteiro Lobato CEMS, completando sua oferta de ensino do primeiro grau (Fundamental I e II), abrangendo um aumento significativo do número de alunos.
A partir de uma reestruturação, com a junção das equipes das duas instituições, os alunos do ensino infantil do CEMS foram transferidos para a Escola O Pica-Pau. Foi, então, lançada uma nova logomarca, anunciando a união das duas escolas.
Estabelecida e reconhecida pela comunidade capixaba por seu ensino diferenciado, em 1998 a Sociedade Cultural Monteiro Lobato CEMS inaugurou o Ensino Médio, completando a oferta de educação básica, amparada pelo MEC.
Em 2003, a instituição passou a se chamar Escola Monteiro Lobato ao comemorar seus 35 anos.
Hoje, com nome mais sucinto, a Escola Monteiro completa seus 50 anos como instituição de Ensino Fundamental e Médio. Com nova marca, mantemos nosso propósito inicial: o ensino humanizado. Nos dedicamos, dia após dia, à formação de cidadãos capazes de cultivar boas relações, autônomos e preparados para criar, liderar, pensar criticamente e participar na construção de um mundo melhor.
Escola Monteiro – ensino humanizado à luz do mundo atual
Uma das características evidentes da época em que vivemos é o avanço tecnológico. O desenvolvimento da internet disponibilizou inúmeras informações, de fácil acesso, às crianças e adolescentes. Por esse motivo, as escolas, inclusive a Monteiro, vêm se modernizando, se adaptando às mudanças acarretadas no mundo, incorporando as novas tecnologias aos métodos de ensino-aprendizagem.
Contudo, os avanços tecnológicos não foram os únicos aspectos a interferirem na configuração da educação, mas, também, as transformações socioculturais acarretadas junto às demais mudanças. A diretora pedagógica da Escola Monteiro, Penha Tótola, afirma que tais avanços são uma realidade: “Não podemos negá-los, até porque eles são favoráveis ao processo de educação. Mas, o que podemos observar, também, é que este processo de transformação de mundo vem criando sujeitos mais individualistas, um indivíduo que não se depara com o outro nas relações. Esta característica da época afeta o desenvolvimento do ser humano”. Assim, o individualismo se apresenta como desafio dentro das instituições de ensino quanto à formação dos alunos.
A Monteiro procura não só se adaptar às transformações da contemporaneidade e inovações tecnológicas, mas busca continuar incorporando a humanização no ensino. A preocupação da Escola em conservar um ambiente saudável para a formação dos alunos inclui trabalhar o respeito às diferenças, a harmonização e humanização nas relações sociais, a autoconsciência das próprias ações em relação ao outro, a troca, o compartilhamento e o afeto.
A implementação deste ensino diferenciado ocorre no dia a dia dos alunos. É possível mencionar a própria interação e relação social que se dá entre os próprios alunos e entre eles e os professores, as atividades interdisciplinares, as saídas e estudos do meio, os modelos mais dinâmicos de aulas e abordagens que despertam o engajamento dos estudantes, a livre manifestação de ideias e opiniões e o exercício de escuta, entre outras práticas. Tais procedimentos formativos orientam e estruturam a construção do conhecimento que transcende a Escola, promovendo a aproximação do aluno com a realidade cotidiana, que, por sua vez, produz sentido e significado pessoal para cada estudante.
Como exemplo de adaptação da proposta humanizada ao ensino moderno, Penha cita o projeto maker: “A ação do fazer, de construir algo, associa o uso da tecnologia à ação humanizada, pois, neste tipo de atividade, os alunos trabalham em parceria, possuem a oportunidade de fazer trocas, exercitam o respeito ao tempo e ao modo de pensar do outro, compartilham, além de serem capazes de enxergarem a si mesmos em suas produções, exteriorizando aquilo que vem de dentro”.
A diretora pedagógica ainda ressalta que a realização de um ensino diferenciado e humanizado na atualidade é fundamental para a construção de um mundo mais harmônico: “Justamente porque vivemos em um mundo complexo e com muitas diferenças, acreditamos que, por meio da educação humanizada, é possível constituir e fornecer sabedoria ao aluno no convívio com o próximo, além de proporcionar a eles uma formação interna bem estruturada”. Penha ainda acrescenta que “A importância deste ensino diferenciado está em mostrar quanto as diferenças agregam, que é possível e enriquecedor compartilhar e aprender com o outro em meio à pluralidade da instituição de ensino e do mundo”.
Por ser dialógica e promover a escuta, estimulando o debate e a articulação conjunta de ideias e ações em prol do bem comum, a Escola desperta e constrói senso de coletividade. Todavia, provocar senso de coletividade não é o único foco: ao mesmo tempo, a instituição de ensino trabalha, com os alunos e colaboradores, o reconhecimento do eu e da busca interior. Assim, com 50 anos de existência, a Monteiro deixa sua marca no mundo. Moderno é humanizar!
Talita Vieira.