Publicado em 10/01/2019
Canudos de plásticos, copos, pratos, talheres, absorventes e fraldas descartáveis, são alguns dos objetos que estão sendo descartados pelos jovens de hoje que já nasceram em um mundo digital e são conhecidos como geração Z. Seu desenvolvimento ocorre junto com o avanço da tecnologia, o que traz para eles singularidades acerca de sua visão sobre justiça, responsabilidade social e individualidade.
Ainda que estes jovens tenham nascido em um mundo conectado, onde prevalece o dinamismo do tempo e o distanciamento entre as pessoas, continuam predominando o cuidado com o próximo e o meio ambiente.
Diante deste quadro, a customização de produtos tem atraído o interesse desses jovens, porque traz identidade para seus pertences, uma vez que as peças passam a ser únicas, e por isso mais valorizadas. Este exclusivismo torna sua vida útil mais longa, pois uma vez que participam do processo de produção levam mais tempo para perder o interesse. Esses aspectos podem ser observados no artigo “ A cultura do ter – Na perspectiva da geração Z”, de Karolina Vita e Raquel Montenegro.
Para as pesquisadoras do estado de Minas Gerais, a sustentabilidade não é apenas o processo produtivo consciente e reutilização de materiais, “é aproveitar ao máximo um produto antes de seu descarte”.
Assuntos como, consumismo e sustentabilidade tem sido debatido em escolas, universidades e redes sociais. Campanhas como, #seulixomeu, #menos1lixo, vem crescendo para que a população deixe de usar produtos descartáveis e os troque pelo reutilizável. Esses movimentos têm o propósito de incentivar a mudança de hábito das pessoas fazendo com que tenham mais consciência na hora de consumir.
Em 2018, nasceu o #paredechupar, um movimento espontâneo criado por um grupo de pessoas preocupadas com o uso desenfreado de plástico, principalmente o canudinho. O movimento tem o objetivo de mobilizar e sensibilizar a sociedade, governos e empresas a repensar os seus consumos e estimular a substituição desses produtos. O #paredechupar foi inspirado no #stopsucking, criado nos EUA.
O plástico pode levar até 200 anos para se decompor, e 95% dele não é reciclado, no entanto, sua vida útil é de cerca de 5 minutos. Frequentemente, eles são jogados nos mares, matando anualmente cerca de 1 milhão de aves marinhas e 100 mil mamíferos marinhos.
Em 2015, foi apresentado o vídeo de uma equipe de biólogos da Costa Rica retirando um canudo das vias aéreas de uma tartaruga, hoje, com mais de 30 milhões de visualizações, o assunto ganhou espaço na mídia. Desde então, o tema vem crescendo e sensibilizando pessoas fora do âmbito virtual. Neste ano, foi problematizado de tal maneira, que em alguns lugares do mundo os canudos de plástico já estão sendo proibidos.
No Brasil, cidades como Rio de Janeiro, Manaus e Santos já tem projetos de lei aprovados quanto a proibição dos canudinhos. No Espirito Santo, a lei que proíbe o uso do produto foi aprovada, em Vila Velha e Vitória, no dia 20 de agosto e 06 de novembro de 2018, respectivamente. A lei prevê que lugares que estejam fornecendo o produto podem ser multados em quase 2 mil reais.
A EscolaMonteiro, aderiu à campanha em outubro de 2018 e já não utiliza mais canudos na instituição. Os alunos não recebem mais o objeto na hora que compram algo para beber.