Oficina de Invenções: criatividade, ciência e consciência ambiental

Na infância, cada caixa pode virar castelo, cada tampinha se transforma em roda e cada misturinha é quase uma elaboração mágica. Brincar é, por natureza, um exercício de imaginação e descoberta. Foi justamente desse espírito curioso e inventivo que nasceu a Oficina de Invenções, projeto do Ensino Integral da Escola Monteiro que convida as crianças a explorar, criar e transformar ideias em experiências cheias de aprendizado, ciência e consciência ambiental.
Conduzida pela professora Girlane Aragão, o projeto propõe transformar o brincar em uma experiência rica de aprendizagem, estimulando a criatividade, a curiosidade científica e o cuidado com o meio ambiente. A oficina foi organizada em dois momentos complementares. O primeiro é dedicado à exploração de brinquedos e brincadeiras, incentivando as crianças a criarem e reinventarem formas de se divertir com diferentes materiais, incluindo os recicláveis. Já o segundo é marcado por experiências com reações químicas, onde a curiosidade científica se transforma em encantamento com as descobertas do cotidiano.



Entre as produções, destacam-se protótipos de eletrodomésticos, cozinhas, jogos de cartas e tabuleiro, além de ônibus e outras criações.
Segundo a professora Girlane, a proposta surgiu a partir da escuta das próprias crianças: “Durante uma das nossas rodas de conversa, elas demonstraram interesse em construir brinquedos. Para enriquecer esse momento, conversamos sobre a importância de criar, pensar ou pesquisar novas brincadeiras. Assim, elas pesquisam, constroem e compartilham sobre a relevância das regras para a interação entre todos, além de compreenderem a finalidade dos jogos.”
Além de estimular a imaginação, a oficina também promove a consciência ambiental. “Para refletirem, de forma lúdica, sobre o cuidado com a natureza, utilizaremos materiais recicláveis na construção dos brinquedos. Dessa forma, enquanto desenvolvemos a proposta, conversaremos sobre a importância de reutilizar aquilo que poderia ser considerado lixo e sobre como essa prática contribui para a preservação do meio ambiente”, explica Girlane.
O interesse pelas reações químicas também nasceu da curiosidade das crianças no semestre anterior: “Elas adoram misturar elementos e observar as transformações que acontecem. Para ampliar esse repertório, vamos pesquisar e vivenciar algumas propostas que envolvem reações químicas durante a nossa Oficina de Invenções”, conta a professora.




Na prática, o brincar é o fio condutor de todas as atividades. Brincadeiras, experiências e invenções são criadas de forma coletiva, o que fortalece a imaginação, o trabalho em grupo e a autonomia das crianças.
De jogos de cartas a brinquedos feitos coletivamente, cada produção reflete a criatividade das crianças. Um exemplo disso é a experiência da aluna Helena Carniel, que compartilhou sua empolgação ao lado da colega Alice Machado:
“Eu e a Alice fizemos um foguete, e ele ficou muito legal! Agora a gente também está construindo uma cozinha. É divertido inventar, porque dá pra brincar depois com o que a gente mesmo cria.” comenta, a aluna.

Outro exemplo foi a construção de um jogo de cartas, segundo Girlane, enquanto às crianças confeccionaram, já experimentaram, brincavam e, nesse processo, elaboraram coletivamente as regras do jogo.
Assim, a Oficina de Invenções se consolida como um espaço de aprendizagem significativa, onde ciência, ludicidade e consciência ambiental caminham juntas. Entre as caixas que viram castelos, cartas que se transformam em jogos e misturas que parecem mágicas, as crianças aprendem que brincar também é uma forma de cuidar e do mundo, e de transformá-lo, com criatividade e responsabilidade.