Imagem – Acervo Monteiro
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) assume um papel crucial na jornada dos aspirantes universitários. Em 2023, as datas de aplicação estão marcadas para os dias 5 e 12 de novembro. No primeiro dia do exame, como de costume, além de responder questões sobre Ciências Humanas e Linguagens e Códigos, os participantes também serão desafiados a produzir uma redação.
A produção da redação do Enem deve ser feita seguindo as regras do modelo dissertativo-argumentativo. Nesse formato, o estudante é desafiado a apresentar e defender suas ideias, respaldando-as com argumentos sólidos que enriqueçam e sustentem suas teses, além de fazer referências apropriadas.
A proposta de redação visa verificar a proficiência do aluno em diversos aspectos fundamentais da escrita acadêmica. Isso inclui a habilidade de dominar a modalidade escrita formal da Língua Portuguesa, compreender a essência da proposta, aplicar conceitos de diferentes áreas do conhecimento na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, bem como selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista consistente.
Além disso, é necessário demonstrar competência no manejo dos mecanismos linguísticos necessários para construir uma argumentação eficaz. Por fim, é crucial que o candidato seja capaz de formular uma proposta de intervenção relacionada ao problema abordado, alicerçada nos princípios dos direitos humanos. Em resumo, ao produzir a redação no formato requisitado, é possível avaliar com profundidade as competências de escrita do candidato.
Provas serão aplicadas nos dias 05 e 12 de novembro – Imagens da Internet
Professor de redação do Ensino Médio da Escola Monteiro Lúcio Manga
Como se preparar para atender aos critérios de maneira eficaz?
Para o professor de Redação do Ensino Médio da Escola Monteiro, Lúcio Manga, um ponto importante para se realizar um bom texto está relacionado ao enunciado. É muito importante que o estudante construa o percurso argumentativo a partir dos textos motivadores. Ou seja, ao se deparar com o recorte temático, o estudante deve selecionar pontos da coletânea que poderiam ser problematizados, por isso a denominação “textos motivadores”.
“Lembrando que não se deve copiar ideias da coletânea, mas usá-las como impulso para o pensar argumentativo”, comenta o professor.
A professora de Literatura da Escola Monteiro, Ednaildes (Nana), sugere que a leitura desempenha um papel fundamental na compreensão e interpretação das informações, bem como na capacidade de expressá-las por escrito. “Eu diria que a leitura é a chave para que o candidato atenda aos critérios mencionados anteriormente, porque, se observarmos detalhadamente, todos os critérios têm em comum a relação entre leitura, escrita e o que o indivíduo interpreta para si de tudo isso”, argumenta.
Além disso, ela esclarece que não apenas o primeiro critério, mas todos os demais requisitos da redação podem ser adquiridos por meio de leituras diversificadas desde o início da alfabetização. “Digo isso porque mais do que decorar regras gramaticais absurdas é mais interessante e produtivo aprender a língua. Me refiro ao idioma como um todo e não apenas ao que ditam as gramáticas normativas, e isso é facilmente possível através dessas leituras no decorrer da vida escolar”, esclarece a professora.
Professora de Literatura da Escola Monteiro Ednaildes (Nana)
“Parece óbvio, não é? E é mesmo. Às vezes, penso que o mercado educacional transformou a redação do Enem em um bicho de sete cabeças de propósito, e isso tem gerado nos alunos uma ansiedade e sentimento de impossibilidade de nota boa nessa área. No entanto, penso que a redação do Enem é bem mais fácil do que se imagina e é propagado por aí”, conclui.
Erros mais comuns que os estudantes cometem ao escrever uma redação para o Enem
Para Manga, o principal erro é não estabelecer o direcionamento da argumentação a partir dos textos motivadores. Ou seja, quando o estudante começa a escrever sobre o tema sem considerar os pontos presentes na coletânea. Segundo ele, “muitos estudantes acabam esquecendo que a dissertação-argumentativa é um texto que exige tomada de posição, diante da problemática apresentada. Isso ocorre quando, ao invés de se posicionar, criar uma tese sobre o tema proposto, o estudante fica explicando o assunto que envolve o tema”, conclui.
Nana enfatiza que muitos candidatos, erroneamente, acreditam que usar termos rebuscados é uma maneira eficaz de impressionar os corretores de redação. No entanto, ela argumenta que isso é irrelevante e pode, na verdade, prejudicar a qualidade da redação. “Nessa tentativa, muitos candidatos escrevem esses termos fora do contexto, já que os sinônimos, por exemplo, não são perfeitos. Com isso, o aluno elabora uma redação ‘Frankenstein’, cheia de retalhos desconexos”.
Segundo a professora, outro erro recorrente é a falta de repertório sociocultural, justamente pela falta da leitura no decorrer da vida escolar. Para ela, esses erros podem ser evitados se o candidato compreender quais são eles.
Como aliviar o estresse na hora da prova
No momento que antecede a prova, é interessante construir atividades relaxantes, com os colegas de sala, para relembrar os momentos passados juntos ao longo do ano. É o momento de lançar emoções positivas.
Lúcio Manga lembra que na Monteiro existe uma tradição de levar os alunos para uma sessão de cinema no Cine Jardins. “A ideia é criar um entretenimento e, ao final do filme, construir uma conversa sobre temas abordados na narrativa cinematográfica e fechar o primeiro ciclo de provas. Esse encontro exalta o lema da escola ‘moderno é humanizar’, porque é aberto para a comunidade, ou seja, os alunos de outras instituições são convidados a participar, como forma de integração e de reforçar laços, já que muitos são amigos e colegas dos nossos alunos”.
Entretanto, escrever um texto pode ser uma tarefa complexa e desafiadora para diversos estudantes, principalmente quando se trata de um momento carregado de expectativas e estresse causado pela ansiedade, como é o Exame Nacional do Ensino Médio.
De acordo com Lucas Eler, professor de yoga na Escola Monteiro, a busca por aliviar a tensão gerada pelo estresse e pela ansiedade pode envolver uma variedade de técnicas. Descobrir qual delas se adapta melhor a cada indivíduo é crucial, e isso muitas vezes requer experimentação pessoal para identificar a que mais ressoa consigo. “Não é necessário apaixonar-se pela prática escolhida, mas sentir uma conexão com a técnica é um elemento essencial para alcançar resultados satisfatórios”, enfatiza.
As técnicas mais comuns para o relaxamento incluem exercícios respiratórios, meditações e relaxamentos guiados. Complementar essas práticas com posturas ou movimentos antes delas pode intensificar os efeitos, criando um contraste entre esforço e relaxamento. É recomendado buscar orientação de um professor, para garantir uma imersão na prática, evitando distrações.
Professor de Yoga da Escola Monteiro Lucas Eller
A incorporação de práticas regulares de relaxamento, como a meditação e a respiração profunda, pode ser uma estratégia eficaz para gerenciar o estresse relacionado à ansiedade. Como explicado por Lucas Eler, “Em nosso corpo, existe um sistema de aceleração, chamado de sistema nervoso simpático, além do sistema de freio, que é o sistema nervoso parassimpático. Eles operam de forma semelhante aos músculos, ou seja, quando são exercitados, se fortalecem, mas se negligenciados, tendem a enfraquecer”.
Vivemos em um mundo repleto de estímulos e compromissos que constantemente capturam nossa atenção. A agitação externa que nos cerca, muitas vezes se reflete internamente, gerando estresse e ansiedade persistentes. No entanto, ao adotarmos a prática regular, fortalecemos as ferramentas necessárias para controlar tanto o corpo quanto a mente.
A estudante da Escola Monteiro, Flora Louzada, compartilhou sua experiência sobre como tem enfrentado os desafios de estudar para as provas e manter o estresse e a ansiedade sob controle. Ela descreveu seu percurso da seguinte maneira:
“Minha experiência tem sido bem estressante, não é nada fácil lidar com esse momento cheio de pressão e expectativas dentro de você. Porém, existem algumas estratégias que me ajudam. Em momentos de lazer, por exemplo, busco desenhar, ler ou assistir séries. Além disso, conversar com os professores também me ajuda. Dentre tudo, penso que a terapia é a que mais faz a diferença, porque com ela eu consigo criar técnicas de respiração, para relaxamento em momentos de estresse e ansiedade”, ressalta.
A rotina de sono e descanso também possui um papel importante na redução da ansiedade. Segundo Lucas Eller, ter um horário para dormir e para acordar ajuda a regular os hormônios do sono. Além disso, por mais que às vezes não pareça, é preciso lembrar que nós somos parte da natureza. Ou seja, o funcionamento do nosso corpo é diferente em cada momento do dia. Existem momentos mais adequados para comer, para se exercitar e para dormir. Isso se chama ciclo circadiano. Conhecer e respeitar esse ciclo ajuda nosso corpo e mente a funcionar melhor.
Aluna do Ensino Médio da Escola Monteiro Flora Louzada
Em preparação para o Enem 2023, é fundamental compreender que a leitura desempenha um papel crucial na construção de competências de escrita. A redação, muitas vezes vista como desafiadora, pode ser simplificada com uma abordagem eficaz.
Evitar termos rebuscados e focar no repertório sociocultural, adquirido através da leitura, são passos importantes. Além disso, aliviar o estresse por meio de técnicas de relaxamento e cuidando da rotina de sono também é essencial para um desempenho tranquilo no dia da prova. Lembre-se de que o Enem pode ser encarado com confiança, e uma preparação adequada pode levar ao sucesso.
Texto por Deivid de Paula