Na Escola Monteiro, diversas formas de expressão artística fazem parte do processo educacional como ponte para o aprendizado, ferramenta para o autoconhecimento e como agente de transformação
Há mais de 50 anos, uma escolinha de Artes – que seria a versão embrionária da Escola Monteiro – chegava a Vitória, pelas mãos da psicóloga mineira Ana Rita da Costa Gomes, inaugurando uma proposta educacional inovadora, viva e diferenciada.
Hoje, quem entra na sede da Escola Monteiro, na Enseada do Suá, se depara com um Hall das Artes colorido, alegre e chamativo. Nele, acontece uma exposição de pequenos artistas, de 6 e 7 anos, alunos do 1º e do 2º anos do ensino fundamental.
A mostra traz releituras da obra da artista japonesa Yayoi Kusama, considerada uma das mais importantes e originais artistas do mundo, cujo trabalho reúne pintura, escultura, arte performática e instalações ambientais, marcados por bolas e pontos.
São autorretratos produzidos por cada criança em quadros e almofadas, uma releitura da instalação de Yayoi no Inhotim e outras obras que trabalham exatamente as tais bolas e pontos conhecidos como Polka Dots, além de um espaço interativo onde o visitante pode se caracterizar com óculos, perucas e colares temáticos.
Outra possibilidade de interação é que as gavetas de uma penteadeira que compõe a mostra incluem bolinhas adesivas que os visitantes podem colar nas paredes e mobiliários da exposição, permitindo uma intervenção artística direta.
Por tudo isso e por sua importância e beleza, a experiência, conduzida pela professora de Artes Katia Secchin, é sucesso entre a comunidade escolar, demonstrando para além do projeto em si uma interação que é parte do DNA da Escola Monteiro: a valorização da arte no processo educacional e na vida como ponte para o conhecimento e o aprendizado, como forma de expressão, como ferramenta para o autoconhecimento e como agente de transformação.
“Não é coincidência a Monteiro ter sido criada como uma escolinha de Artes. Desde o início, havia a clareza das inúmeras potencialidades e possibilidades oferecidas pela arte para o desenvolvimento do aluno e do indivíduo. Assim, a arte segue conosco no dia a dia do trabalho, naquilo que é nossa essência enquanto escola focada na humanização e na construção de sujeitos autônomos”, afirma a diretora pedagógica da Monteiro, Penha Tótola.
Ela explica que a escola oferece as disciplinas de Artes e de Música para os alunos do ensino fundamental 1. No ensino fundamental 2, cada turma tem um semestre de aula de Artes e outro, com aulas de Teatro. Mas a presença da arte na escola vai muito além dos minutos de aula que fazem parte da grade.
Maria Penha Totóla
“Nosso projeto pedagógico traz a questão da interdisciplinaridade e da construção de um conhecimento não compartimentado, mas sim integrado e carregado de sentido. Nesse contexto, a arte entra no dia a dia do aprendizado. São várias as iniciativas e experiências que relacionam a arte a outras áreas como Matemática, Língua Portuguesa e outras línguas, História, Filosofia, Ciências. Estabelecer um diálogo com a arte é sempre possível em todas as áreas”, considera.