Publicado em 11/03/2019

Há exatamente dez anos eu cursava o terceiro ano do Ensino Médio; inúmeras memórias me vêm à mente. Falar sobre a escola na qual eu estudei durante a minha vida inteira, praticamente, não é uma tarefa fácil. Compactar anos maravilhosos neste texto me deixa com os olhos marejados de saudade e me envolve em uma nostalgia muito boa.

Sempre preocupada com a formação de valores e pensamento crítico de seus alunos, a Monteiro me marcou profundamente. Foi lá que eu tive meus valores e princípios éticos desenvolvidos ou reforçados, pude praticar o autoconhecimento e me descobrir constantemente. Formar minha personalidade, e, no processo, passar por intensas transformações internas (que se refletiam na minha aparência, inclusive). Aos olhos de muitas pessoas, na época, eu era uma aluna excêntrica ou simplesmente alguém que não tinha vergonha de ser autêntica. Com muito orgulho, posso dizer que não apenas estudei, eu vivi a Monteiro.

Cada profissional que passou pela Escola deixou seu pedacinho em mim. Hoje, levo na memória não apenas ex-professores, mas referências de seres humanos singulares – totalmente dedicados à formação de outros seres humanos, dando o seu melhor para isso. Na sala de aula ou fora dela, nós tínhamos voz ativa, por meio de todas as vivências. Ao manifestar nossas reflexões, éramos realmente ouvidos, estimulados, amparados. Junto ao desenvolvimento do senso de coletividade, sempre pudemos aprender a importância do estabelecimento de vínculos, da empatia e da inclusão.

Para além da sala de aula, a Monteiro me deu amigos que levo para a vida. Tive o imenso prazer de fazer parte da turma “porcelana da Escola”, que participou de vários acontecimentos significativos na história da instituição, dentre eles: fomos os primeiros a prestar o Enem, em 2009; pintamos a sala de aula do terceiro ano representando a nós mesmos nas paredes. Experimentamos estudar em mesas extensas (como as de refeitório) e tivemos uma rádio que funcionava no recreio. Confeccionamos ilustrações para diversas portas da Escola, assistimos à produção do grafite no muro da quadra, cantamos em um palco homenageando os 40 anos da Monteiro, e, além de tudo, tivemos uma noite do pijama de despedida da Escola!

Neste mundo pós-moderno tão escasso de humanidade, há uma esperança viva que comemora seu cinqüentenário este ano: a Escola Monteiro é mais do que uma instituição de ensino, ela é uma família.

Talita Vieira.