Acolhimento, biossegurança e conscientização são três palavras que marcam o retorno às aulas presenciais na Escola Monteiro. Para se adequar ao novo momento, a instituição contou com a consultoria de uma equipe de especialistas na área de infectologia, adotando todos os protocolos de segurança de forma a zelar pelo bem-estar de alunos, professores e funcionários.

De acordo com o diretor da Monteiro, Eduardo Costa Gomes, esse trabalho conjunto conduziu as alterações físicas e de estrutura na escola. Marcação de lugares, instalação de dispensers com álcool gel na entrada e no interior da escola, pias em áreas do pátio, distanciamento entre cadeiras estão entre as medidas adotadas.

Ele explica que a retomada foi dividida em três momentos, lembrando que a escola segue oferecendo o modelo exclusivamente remoto para as famílias que assim decidirem. O retorno está sendo feito de forma gradativa, com “escalas” e horários diferenciados entre as turmas.

A primeira fase preza pela adaptação ao protocolo e à conscientização, mas também pelo acolhimento e pelo afeto. “Trata-se de ter esse olhar afetuoso e acolhedor para nossas crianças e adolescentes. É agir com a humanização que, há mais de 50 anos, é a nossa marca, criando momentos para a troca, para a escuta, por meio de dinâmicas de grupo e individuais”, explica.

Humanização, afeto, presença e diálogo que, mesmo na distância física, foram considerados por pais e alunos diferenciais da escola durante o período de aulas exclusivamente remotas. “Vi, na Monteiro, um acolhimento do indivíduo com grande valor para o fortalecimento emocional e a confiança em si. É uma escola – e isso ficou claro também na pandemia – que tem recursos para me auxiliar, enquanto mãe, na construção de valores”, afirma a psicoterapeuta Janine Bastos.

Por meio de projetos criativos e motivadores, trabalhando a autonomia do aluno, mas, por vezes envolvendo toda a família, a escola buscou fazer a diferença na vida e na rotina de estudantes e familiares durante os sete meses de distância física.

A abertura ao diálogo desde sempre é outro ponto tido como crucial. “Mesmo de portas fechadas no sentido literal, a escola permaneceu aberta e presente na vida das famílias. Fóruns como Conselho de Pais e as assembleias quinzenais com alunos foram mantidos no formato virtual. Fizemos reuniões de pais por turma, nos colocando disponíveis para atendimentos individualizados, além de utilizar recursos como o canal de comunicação da escola via app, que permite o atendimento por área, com agilidade”, ressalta.

Diagnóstico Pedagógico

Na segunda fase, o objetivo é o diagnóstico pedagógico, com avaliação do processo de aprendizagem, resgatando as competências e habilidades do que já foi estudado, buscando consolidar o que foi aprendido e reforçando o que pode não ter sido alcançado.

A terceira fase será o pleno funcionamento do projeto da escola com aulas presenciais e remotas e momentos de integração entre os dois grupos. “A dinâmica varia de acordo com o segmento, mas o mais importante para nós é conduzir o retorno com foco na formação humanizada e no respeito aos diferentes posicionamentos das famílias, oferecendo qualidade de ensino e acolhimento para todos”, reforça.

Bem-estar em casa e na escola

O Programa Bem-Estar, já realizado presencialmente com foco em toda a comunidade escolar e todas as séries, ganhou força e importância num momento desafiador de aulas on-line, seguindo como fundamental na retomada das aulas.

Um exemplo de grande repercussão no período apenas remoto é o projeto com foco na alimentação saudável, desenvolvido junto a alunos do 1º ano do ensino fundamental

Henrique Dadalto Targa, 6 anos, no período de aulas apenas remotas durante uma aula sobre alimentação saudável, do Projeto Bem-Estar

As crianças receberam uma tabela de acompanhamento semanal para estimular bons hábitos alimentares e combater práticas inadequadas, colando adesivos, somando pontos ao cumprirem determinadas práticas –  comer saladas e frutas, tomar suco natural, beber água, brincar, ler, experimentar um alimento saudável novo – mas também perdendo pontos ao, por exemplo, comer biscoito recheado e tomar refrigerantes.

Ludimilla Rupf Benincá, mãe de Clarice, 6 anos, percebeu mudanças significativas na alimentação da filha por causa do projeto. “Ela tinha dificuldade de experimentar alimentos novos e precisamos ter paciência para não aumentar a resistência, que, por vezes, veio acompanhada de ânsia de vômito e enjoo. O trabalho quebrou esse ciclo de recusa e fiquei realmente emocionada, conta.

Tiziana Dadalto, mãe de Henrique, 6 anos, também sentiu na prática os efeitos do projeto. “Ele tem uma boa alimentação, mas se permitiu experimentar coisas que só comia quando era bebê, como taioba, por conta do projeto” diz.

 

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